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Quando os estudantes saíram às ruas de Paris, em 1968, confrontando o
sistema, a ordem política e os costumes sociais, estava deflagrado o
maior movimento social do século XX. Em 30 dias de protestos, as
transformações sociais concentraram o que se levaria mais de uma década
para acontecer. Os confrontos entre jovens estudantes e policiais,
acontecida em maio daquele ano, contou com a adesão de trabalhadores,
mobilizou a França e espalhou-se para o restante do mundo ocidental.
Explodiram
discursos pelas universidades, pelas ruas de Paris, palavras de ordem
ousadas e frases revolucionárias emblemáticas eclodiram pelos muros da
cidade, cartazes movidos pela genialidade criativa serviam de escudos
para os estudantes, que nas ruas mostravam aos pais, governantes e
filósofos da ideologia pós Segunda Guerra Mundial, que um novo mundo,
novos costumes, desenhavam-se na história, e que as mudanças vieram para
ficar. Era o clamor que exigia uma nova condição para a mulher diante
da sociedade, da visão sem tabus ao sexo livre, do amor sem o casamento,
da instituição familiar sem o conservadorismo secular das religiões, da
liberdade que se perseguia e que já não se podia conter. Após o Maio de
1968, as relações entre homem e mulher, raças e costumes, pais e
filhos, o amor livre, a homossexualidade, sofreram mudanças radicais,
primeiro na França, depois no mundo. Paris assistia não à Revolução
Francesa de 1789, que mudara a ordem e o poder de séculos, mas à
Revolução do Comportamento, que também encerrou tabus de séculos.